terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Faroeste Caboclo (Legião Urbana)




G D (repete essas notas por quase toda a música)
Não tinha medo o tal João de Santo Cristo
Era o que todos diziam quando ele se perdeu
Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda
Só pra sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu
Quando criança só pensava em ser bandido
Ainda mais quando com um tiro de soldado o pai morreu
Era o terror da cercania onde morava
E na escola até o professor com ele aprendeu
Ia pra igreja só pra roubar o dinheiro
Que as velhinhas colocavam na caixinha do altar
Sentia mesmo que era mesmo diferente
Sentia que aquilo ali não era o seu lugar
Ele queria sair para ver o mar
E as coisas que ele via na televisão
Juntou dinheiro para poder viajar
E de escolha própria escolheu a solidão
Comia todas as menininhas da cidade
De tanto brincar de médico aos doze era professor
Aos quinze foi mandado pro reformatório
Onde aumentou seu ódio diante de tanto terror
Não entendia como a vida funcionava
Discriminação por causa da sua classe e sua cor
Ficou cansado de tentar achar resposta
E comprou uma passagem foi direto a Salvador
E lá chegando foi tomar um cafezinho
E encontrou um boiadeiro com quem foi falar
E o boiadeiro tinha uma passagem
Ia perder a viagem mas João foi lhe salvar
Dizia ele "- Estou indo pra Brasília
Nesse país lugar melhor não há
Estou precisando visitar a minha filha
Eu fico aqui e você vai no meu lugar"
E João aceitou sua proposta
E de ônibus entrou no Planalto Central
Ele ficou bestificado com a cidade
Saindo da rodoviária viu as luzes de Natal
"- Meu Deus mas que cidade linda!
No Ano Novo eu começo a trabalhar"
Cortar madeira aprendiz de carpinteiro
Ganhava cem mil por mês em Taguatinga
Na sexta-feira ia pra zona da cidade
Gastar todo o seu dinheiro de rapaz trabalhador
E conhecia muita gente interessante
Até um neto bastardo do seu bisavô
Um peruano que vivia na Bolivia
E muitas coisas trazia de lá
Seu nome era Pablo e ele dizia
Que um negócio ele ia começar
E Santo Cristo até a morte trabalhava
Mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar
E ouvia às sete horas o noticiário
Que dizia sempre que seu ministro ia ajudar
Mas ele não queria mais conversa
E decidiu que como Pablo ele ia se virar
Elaborou mais uma vez seu plano santo
E sem ser crucificado a plantação foi começar
Logo logo os maluco da cidade
Souberam da novidade: "- Tem bagulho bom aí!"
E João de Santo Cristo ficou rico
E acabou com todos os traficantes dali
Fez amigos, frequentava a Asa Norte
Ia pra festa de Rock pra se libertar
Mas de repente, sob uma má influência dos
boyzinhos da cidade começou a roubar
C G/B
Já no primeiro roubo ele dançou
Am7 G
E pro inferno ele foi pela primeira vez
C G/B
Violência e estupro do seu corpo
Am7 G
"- Vocês vão ver, eu vou pegar vocês!"


G D (volta a repetir)
Agora Santo Cristo era bandido
Destemido e temido no Distrito Federal
Não tinha nenhum medo de polícia
Capitão ou traficante, playboy ou general
Foi quando conheceu uma menina
E de todos os seus pecados ele se arrependeu
Maria Lúcia era uma menina linda
E o coração dele pra ela o Santo Cristo prometeu
Ele dizia que queria se casar
E carpinteiro ele voltou a ser
"- Maria Lúcia pra sempre vou te amar
E um filho com você eu quero ter" Riff1


G C
O tempo passa e um dia vem na porta um senhor
G D
De alta classe com dinheiro na mão
G C
E ele faz uma proposta indecorosa
G F
E diz que espera uma resposta, uma resposta de João
G D (volta a repetir)
"- Não boto bomba em banca de jornal
E nem em colégio de criança, isso eu não faço não
E não protejo general de dez estrelas
Que fica atrás da mesa com o cú na mão
E é melhor o senhor sair da minha casa
Nunca brinque com um Peixes de ascendente escorpião"
Mas antes de sair, com ódio no olhar o velho disse:
"- Você perdeu a sua vida, meu irmão!"
"- Você perdeu a sua vida, meu irmão!"
"- Você perdeu a sua vida, meu irmão!"
Essas palavras vão entrar no coração
"- Eu vou sofrer as consequências como um cão."


Não é que o Santo Cristo estava certo
Seu futuro era incerto, e ele não foi trabalhar
Se embebedou e no meio da bebedeira
Descobriu que tinha outro trabalhando em seu lugar
Falou com Pablo que queria um parceiro
Que também tinha dinheiro e queria se armar
Pablo trazia o contrabando da Bolívia
E Santo Cristo revendia em Planaltina Riff1


G Ab
Mas acontece que um tal de Jeremias
F G
Traficante de renome apareceu por lá
Ab
Ficou sabendo dos planos de Santo Cristo
F G
E decidiu que com João ele ia acabar.
D/F#
Mas Pablo trouxe uma Winchester 22
Em
E Santo Cristo já sabia atirar
C G/B
E decidiu usar a arma só depois
Am7 D
Que Jeremias começasse a brigar


G Ab
O Jeremias maconheiro sem vergonha
F G
Organizou a Roconha e fez todo mundo dançar
Ab
Desvirginava mocinhas inocentes
F G
E dizia que era crente mas não sabia rezar
D/F#
E Santo Cristo há muito não ia pra casa
Em
E a saudade começou a apertar
C G/B
"- Eu vou me embora, eu vou ver Maria Lúcia
Am7 D
Já está em tempo de a gente se casar"
C G/B
Chegando em casa então ele chorou
Am7 G
E pro inferno ele foi pela segunda vez
C G/B
Com Maria Lúcia Jeremias se casou
Am7 G
E um filho nela ele fez


G Ab
Santo Cristo era só ódio por dentro
F G
E então o Jeremias pra um duelo ele chamou
Ab
"- Amanhã, as duas horas na Ceilândia
F G
Em frente ao lote catorze é pra lá que eu vou
Ab
E você pode escolher as suas armas
F G
Que eu acabo mesmo com você, seu porco traidor
Ab
E mato também Maria Lúcia
F G
Aquela menina falsa pra que jurei o meu amor"
D/F#
E Santo Cristo não sabia o que fazer
Em
Quando viu o reporter da televisão
C G/B
Que deu a notícia do duelo na TV
Am7 D
Dizendo a hora, o local e a razão
G Ab
No sábado, então as duas horas
F
Todo o povo sem demora
G
Foi lá só pra assistir
Ab
Um homem que atirava pelas costas
F
E acertou o Santo Cristo
G
E começou a sorrir
Ab
Sentindo o sangue na garganta
F
João olhou as bandeirinhas
G
E o povo a aplaudir
Ab
E olhou pro sorveteiro e pras câmeras e
F G
A gente da TV que filmava tudo ali
D/F#
E se lembrou de quando era uma criança
Em
E de tudo o que viveu até ali
C G/B
E decidiu entrar de vez naquela dança
Am7 D
"- Se a via-crucis virou circo, estou aqui."
C G/B
E nisso o sol cegou seus olhos
Am7 G
E então Maria Lúcia ele reconheceu
C G/B
Ela trazia a Winchester 22
Am7 G
A arma que seu primo Pablo lhe deu


G D (e repete de novo)
"- Jeremias, eu sou homem, coisa que você não é
Eu não atiro pelas costas, não.
Olha pra cá filha da puta sem vergonha
Dá uma olhada no meu sangue, e vem sentir o teu perdão"
E Santo Cristo com a Winchester 22
Deu cinco tiros no bandido traidor
Maria Lúcia se arrependeu depois
E morreu junto com João, seu protetor
C G/B
E o povo declarava que João de Santo Cristo
Am7 G
Era santo porque sabia morrer
C G/B Am7
E a alta burguesia da cidade não acreditou na história
G
Que eles viram da TV
C G/B
E João não conseguiu o que queria
Am7 G
Quando veio pra Brasília com o diabo ter
C G/B
Ele queria era falar com o presidente
Am7 D
Pra ajudar toda essa gente que só faz

Sofrer...
(C,Bb,G)
e|---------------------|
B|---------------------|
G|-5-5--3-3------------|
D|-5-5--3-3--5-5-5-5-5-|
A|-3-3--1-1--5-5-5-5-5-|
E|-----------3-3-3-5-5-|

Cantor: Legião Urbana - Música: Faroeste Caboclo

Alice Maria (Raul Seixas)


Ali eu nasci
Ali na Bahia
Ali conheci
Alice Maria
Ali o amor
Ali se formou
Ali o amor
Ali se acabou
Alice Maria
Alice Maria
Adeus ao amor
Que ali se partiu
Alice Maria
Alice Maria
Adeus ao amor
Que ali se partia

Cantor: Raul Seixas - Música: Alice Maria

Eu nasci há dez mil anos atrás (Raul Seixas)


Um dia, numa rua da cidade, eu vi um velhinho sentado na calçada
Com uma cuia de esmola e uma viola na mão
O povo parou pra ouvir, ele agradeceu as moedas
E cantou essa música, que contava uma história
Que era mais ou menos assim:
Eu nasci há dez mil anos atrás
e não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais (2x)
Eu vi cristo ser crucificado
O amor nascer e ser assassinado
Eu vi as bruxas pegando fogo pra pagarem seus pecados,
Eu vi,
Eu vi Moisés cruzar o mar vermelho
Vi Maomé cair na terra de joelhos
Eu vi Pedro negar Cristo por três vezes diante do espelho
Eu vi,
Eu nasci
(eu nasci)
Há dez mil anos atrás
(eu nasci há dez mil anos)
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais (2x)
Eu vi as velas se acenderem para o Papa
Vi Babilônia ser riscada do mapa
Vi conde Drácula sugando o sangue novo
e se escondendo atrás da capa
Eu vi,
Eu vi a arca de Noé cruzar os mares
Vi Salomão cantar seus salmos pelos ares
Eu vi Zumbi fugir com os negros pra floresta
pro quilombo dos palmares
Eu vi,
Eu nasci
(eu nasci)
Há dez mil anos atrás
(eu nasci há dez mil anos)
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais (2x)
Eu vi o sangue que corria da montanha
quando Hitler chamou toda a Alemanha
Vi o soldado que sonhava com a amada numa cama de campanha
Eu li,
Eu li os simbolos sagrados de Umbanda
Eu fui criança pra poder dançar ciranda
E, quando todos praguejavam contra o frio,
eu fiz a cama na varanda
Eu nasci
(eu nasci)
Há dez mil anos atrás
(eu nasci há dez mil anos atrás)
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
não, não porque
Eu nasci
(eu nasci)
Há dez mil anos atrás
(eu nasci há dez mil anos atrás)
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
Não, não
Eu tava junto com os macacos na caverna
Eu bebi vinho com as mulheres na taberna
E quando a pedra despencou da ribanceira
Eu também quebrei e perna
Eu também,
Eu fui testemunha do amor de Rapunzel
Eu vi a estrela de Davi brilhar no céu
E praquele que provar que eu tou mentindo
eu tiro o meu chapéu
(eu nasci)
Eu nasci
(há dez mil anos atrás)
Eu nasci há dez mil anos atrás
(e não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais)

Cantor: Raul Seixas - Música: Eu nasci há dez mil anos atrás

Meu Bem-Querer (Djavan)


Meu bem querer
é segredo, é sagrado
está sacramentado
em meu coração
meu bem querer
tem um quê de pecado
acariciado pela emoção
meu bem querer
meu encanto, estou sofrendo tanto
amor, e o que é o sofrer
para mim que estou
jurado pra morrer de amor

Cantor: Djavan - Música: Meu Bem-Querer

Oceano (Djavan)


Assim!
Que o dia amanheceu
Lá no mar alto, da paixão
Dava prá ver, o tempo ruir
Cadê você?
Que solidão!
Esquecera de mim?
Enfim!
De tudo o que
Há na terra
Não há nada em lugar
Nenhum!
Que vá crescer
Sem você chegar
Longe de ti
Tudo parou
Ninguém sabe
O que eu sofri...
Amar é um deserto
E seus temores
Vida que vai na sela
Dessas dores
Não sabe voltar
Me dá teu calor...
Vem me fazer feliz
Porque eu te amo
Você deságua em mim
E eu oceano
E esqueço que amar
É quase uma dor...
Só! sei! viver!
Se! for! por! você!

Clarear (Roupa Nova)


Clarear, baby, clarear
Pelo menos um pouco de sol
Eu só quero clarear
Quando não houver mais amor
Nem mais nada a fazer
Nunca é tarde pra lembrar
Que o sol está solto em você
Um pouco de luz nessa vida
Um pouco de luz em você
Um pouco de luz nessa vida
Clarear, baby, clarear
Quero clarear de vez
Tudo aquilo que encontrar
Quando o pouco de bom rarear
E a vida for escura e ruim
Nunca é tarde pra lembrar
Que o sol está dentro de mim
Um pouco de luz nessa vida
Um pouco de luz em você
Um pouco de luz nessa vida

Seguindo no trem azul (Roupa Nova)


Confessar, sem medo de mentir
Que em você, encontrei inspiração
Para escrever
Você é pessoa que nem eu
Que sente amor
Mas não sabe muito bem
Como vai dizer
Te dou meu coração
Queria dar o mundo
Luar do meu sertão
Seguindo no trem azul
Toda vez que for assoviar
A cor do trem
É da cor que alguém
Fizer e você sonhar
Não faz mal não ser compositor
Se o amor valeu
Eu empresto um verso meu
Pra você dizer
Só me dará prazer
Se viajar contigo
Até nascer o sol
Seguindo no trem azul
Te dou meu coração
Queria dar o mundo
Luar do meu sertão
Seguindo no trem azul
Vai lembrar de um cara como eu
Que sente amor
Mas não sabe muito bem
Como vai dizer
Só me dará prazer
Se viajar contigo
Até nascer o sol
Seguindo no trem azul
Te dou meu coração
Queria dar o mundo
Luar do meu sertão
Seguindo no trem azul.

Dona (Roupa Nova)


Dona desses traiçoeiros
Sonhos, sempre verdadeiros
Oh Dona desses animais
Dona de seus ideais
Pelas ruas onde andas
Onde mandas todos nós
Somos sempre mensageiros
Esperando tua voz
Teus desejos, uma ordem
Nada é nunca, nunca é não
Por que tens essa certeza
Dentro do teu coração
Tan, tan, tan, batem na porta
Não precisa ver quem é
Pra sentir a impaciência
Do teu pulso de mulher
Um olhar me atira à cama
Um beijo me faz amar
Não levanto, não me escondo
Porque sei que és minha
Dona...
Dona desses traiçoeiros...
Sonhos sempre verdadeiros...
Oh Dona desses animais
Dona de seus ideais
Não há pedras em teu caminho
Não há ondas no teu mar
Não há vento ou tempestade
Que te impeçam de voar
Entre a cobra e o passarinho
Entre a pomba e o gavião
Ou teu ódio ou teu carinho
Nos carregam pela mão
É a moça da cantiga
A mulher da criação
Umas vezes nossa amiga
Outras nossa perdição
O poder que nos levanta
A força que nos faz cair
Qual de nós ainda não sabe
Que isso tudo te faz
Dona, Dona

Sapato Velho (Roupa Nova)


Você lembra, lembra
Naquele tempo
Eu tinha estrelas nos olhos
Um jeito de herói
Era mais forte e veloz
Que qualquer mocinho de cowboy
Você lembra, lembra
Eu costumava andar
Bem mais de mil léguas
Pra poder buscar
Flores de maio azuis
E os seus cabelos enfeitar
Água da fonte
Cansei de beber
Pra não envelhecer
Como quisesse
Roubar da manhã
Um lindo por de sol
Hoje, não colho mais
As flores de maio
Nem sou mais veloz
Como os heróis
É talvez eu seja simplesmente
Como um sapato velho
Mas ainda sirvo
Se você quiser
Basta você me calçar
Que eu aqueço o frio
Dos seus pés